11 setembro 2010

Bellini e suas obras

ESPELHOS

Bellini










Giovanni Bellini


Vincenzo Salvatore Carmelo Francesco Bellini - (1426-1516)

Giovanni Bellini é considerado o génio inaugural da pintura renascentista, em particular venesiana. Um dos traços mais caracteríasticos do estilo de Bellini é o facto de, elaborada recorrendo à técnica da perspectiva, a sua pintura colocar o homem no centro da natureza e trabalhar de forma extraordinária a cor e a luminosidade. 

Nossa Senhora do Prado (1500/05) é uma das obras mais notáveis. Ela desperta em nós a consciência de uma claridade mágica e envolvente, como se pudéssemos palpar a luz que transmite... O solo agreste, as sebes baixas e todas as restantes componentes têm uma ligação harmoniosa com a pirâmide  formada pela disposição das figuras da mãe e do filho, no centro do quadro.




Explorando as interações de cor, Bellini foi gradualmente fazendo desaparecer as linhas de contorno, que deram lugar a transições de luz e sombra. Este processo nota-se bem em A Virgem e o Menino com Dois Santos (1490, Museu Nacional del Prado, Madrid).








Por volta de 1500, a sua técnica atingiu a perfeição. Num dos seus últimos quadros, São Zaccarias (1505, Igreja de São Zaccaria, Viena), as modulações de cor estabelecm uma perfeita harmonia entre a figura, o ambiente, a luz e o próprio ar.









A Festa dos Deuses (1514, National Gallery of Art of Washington).

Pintura de tal modo delicada que os contornos são praticamente imperceptíveis, o que revela  a criatividade e o talento de Bellini aos 88 anos de idade, dois anos antes da sua morte.















Banco Italiano Botticcelli


Botticelli

Bancos



               Alessandro di Mariano Filipepi, conhecido como Sandro Botticelli, nasceu em Florença em 1445. Pouco se sabe dos primeiros anos de sua vida. Por volta de 1465 entrou para o ateliê de Filippo Lippi, cujo estilo elegante marcou claramente suas primeiras obras. Mais tarde trabalhou como ajudante de Andrea Verrocchio e conheceu Piero Pollaiuolo, criadores que o influenciaram.
     Aos 25 anos, Botticelli já possuía ateliê próprio. Entre as primeiras peças ali produzidas destacam-se a alegoria de "A fortaleza" e o "São Sebastião", que refletia a mestria de Pollaiuolo na anatomia e no movimento da figura. Por volta de 1477 pintou uma de suas obras mais conhecidas, "A primavera", em que apresentou Vênus, diante de uma paisagem arborizada, em companhia das Três Graças, Mercúrio e Flora, entre outras personagens mitológicas. O quadro era uma alegoria do reino de Vênus e a deusa representava a humanitas, isto é, a cultura florentina da época.
       Botticelli morreu em Florença em 17 de maio de 1510 com 55 anos, quando triunfava na Itália a estética do alto Renascimento, a que suas últimas obras não foram alheias, pois várias delas mostram um alargamento de escala e uma imponência típicos da nova fase.


O NASCIMENTO DA VÊNUS

              A cena retratada na pintura mostra Vênus, que nasce de uma enorme concha, sendo conduzida pelos ventos – os Zéfiros –, aqui representados por dois amantes. A deusa tem a seu lado direito, vinda do continente, a casta Hora, trazendo um manto florido para cobrir a sua nudez. Os ventos sopram rosas que perfumam todo o mar. Para Botticcelli  Vênus nasce de uma enorme concha, cujo simbolismo pode evocar as qualidades fecundantes, criadoras da águaA concha é ainda identificada, por sua forma e profundidade, com a vagina
                Com relação ao nascimento da deusa, duas versões podem ser destacadas. 

  1. Mais antiga, mencionada em Apeles, é aquela presente no relato de criação de Hesíodo, aTeogonia. Nesta versão, Vênus/Afrodite nasce das espumas do mar, que são, na verdade, a mistura do sêmen e do sangue derramados de Úrano (o Céu), castrado por seu filho Cronos/Saturno numa disputa de poder. 
  2. Em uma outra versão, encontrada na Ilíada, a deusa do amor nasce da união de Zeus e Dione.
As personagens que a acompanham só vêm corroborar esta visão. Do lado esquerdo, estão os amantes Zéfiros, que exalam o sopro, o espírito da paixão – materializado nas rosas –, através do qual a deusa recém-nascida é movida e inspirada. 

Do lado direito, vemos Hora representando a castidade, pronta a cobrir a nudez/sexualidade da deusa. Seu vestido, assim como o manto que carrega – ambos cobertos de flores –, podem ser ainda uma alusão à primavera, estação onde os poderes sensuais de Vênus estão no auge.

Todo o lirismo e poesia presentes na obra de Botticelli – "que se concentra menos na ação e mais no sentimento, através da adoção de uma atitude contemplativa" (ibid.:121) – fazem, em última análise, uma apologia da beleza que a figura de Vênus encarna. É a beleza que toma forma na água informe, fluxo contínuo, gerador de todas as coisas. "O Nascimento de Vênus" é uma alegoria, pela qual a mensagem divina desta beleza tão festejada chega ao mundo, através da síntese amorosa promovida pela já mencionada união dos contrários. Vênus é o poder que imprime a ordem transcendente nas coisas visíveis, traduzindo nas formas o spiritus perfumado e florido do divino.  


Dizem ainda que na sua concepção Vênus estava totalmente nua, com seu sexo exposto, esta versão foi contestada por Lorenzo di Pierfrancesco de Medici que havia encomendado a obra e para corrigir Botticcelli pintou seus longos cabelos.







Painel de Sandro Botticelli (Itália/1444-1510) para a lenda do Decameron


















Design italiano - Mesa Michelangelo


Mesa lateral Michelangelo 

   



 

ARTE

 O Nascimento de um Gênio

             Michelangelo nasceu a 6 de março de 1475, em Caprese, província florentina. Se pai Ludovico di Lionardo Buonarroti Simoni era um homem violento, "temente de Deus", sua mãe, Francesca morreu quando Michelangelo tinha seis anos. Eram 5 irmãos.
        Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido era cortador de mármore na aldeia de Settignano. Mais tarde, brincando, Michelangelo atribuirá a este fato sua vocação de escultor. Brincadeira ou não, o certo é que na escola enchia os cadernos de exercícios com desenhos, totalmente desinteressados das lições sobre outras matérias. Por isso, mais de uma vez foi espancado pelo pai e pelos irmãs de seu pai, a quem parecia vergonhuso ter um artista na familia, justamente uma familia de velha e aristocrática linhagem florentina, mencionada nas crônicas locais desde o século XII. E o orgulho familiar jamais abandonará Michelangelo. Ele preferirá a qualquer titulo, mesmo o mais honroso, a simplicidade altiva de seu nome: "Não sou o escultor Michelangelo. Sou Michelangelo Buonarroti".
             Aos 13 anos, sua obstinação vence a do pai: ingressa, como aprendiz, no estúdio de Domenico Ghirlandaio, já então considerado mestre da pintura de Florença. Mas o aprendizado é breve - cerca de um ano -, pois Michelangelo irrita-se com o ritmo do ensino, que lhe parece moroso, e além disso considera a pintura uma arte limitada: o que busca é uma expressão mais ampla e monumental. Diz-se também que o motivo da saida do juvem foi outro: seus primeiros trabalhos revelaram-se tão bons que o professor, enciumado, preferiu afastar o aluno. Entretanto, nenhuma prova confirma essa versão.




Juizo Final - Capela Sistina 





Giotto


 UMA VERDADEIRA OBRA DE ARTE

MESA GIOTTO




 


 

UM POUQUINHO DE ARTE

                    Giotto di Bondone é considerado o primeiro gênio do Renascimento italianoNasceu em 1266 na cidade de Colle Vespignano (região da Toscana) e faleceu na mesma cidade em 1337. Sua arte modificou a maneira de conceber os temas religiosos e superou a pintura bizantina, dando-lhe um caráter tridimensional e humanizado.    As primeiras obras conhecidas de Giotto são uma série de afrescos sobre a vida de São Francisco, pintados na igreja de Assis. Cada afresco representa uma passagem na vida do santo, e as figuras humanas e os animais aparecem representados de forma realista. Entre 1305 e 1306, Giotto pintou uma série de 38 afrescos na Capela Arena, em Pádua, contando a vida de Jesus Cristo e da Virgem Maria. Entre as diversas cenas ali representadas, está um impressionante juízo final.

   

  

 


JUÍZO FINAL DE GIOTTO